Apresento este Blog através das palavras do Prof. Dr João Francisco Duarte Jr.

“A capacidade humana de atribuir significações decorre de sua dimensão simbólica. Por intermédio dos símbolos o homem transcende a simples esfera física e biológica, tomando o mundo e a si próprio como objetos de compreensão. Pela palavra, o universo adquire um sentido, e o homem pode vir a conhecê-lo, emprestando-lhe significações. Portanto, na raiz de todo conhecimento subjazem a palavra e os demais processos simbólicos empregados pelo homem.


“A linguagem é o nosso mais profundo e, possivelmente, menos visível meio ambiente”, afirmam Postman e Weingartner. É preciso que se compreenda o processo lingüístico para que se entenda o que significa conhecer. Não há conhecimentos sem símbolos. O esforço humano para compreender é o esforço para encontrar símbolos que representem e signifiquem o objeto conhecido. A consciência e a razão humanas nascem com a linguagem e só se dão através dela”.


João Francisco Duarte Jr.



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domingo, 16 de maio de 2010

Conhecendo Álvares Azevedo 1831-1852

Manuel Antônio Álvares de Azevedo (1831 – 1852) foi o mais típico representante da “escola byroniana”, do ultra-romantismo, da poesia egótica. Sua obra é uma permanente antinomia: ingenuidade e satanismo, egocentrismo e auto-ironia, idealismo e realismo, desespero e humor, a pálida virgem e a prostituta sifilítica, amor e medo, Ariel e Calibã.



ÁLVARES DE AZEVEDO (São Paulo, SP, 1831 – Rio de Janeiro, RJ, 1852)

Nasce em São Paulo a 12 de setembro de 1831. Aos dois anos, vai para o Rio de Janeiro, onde faz os primeiros estudos. Em 1848, retoma a São Paulo e matricula-se no curso de Direito. Trava conhecimento com Bernardo Guimarães, Aureliano Lessa e outros, que constituem a “Sociedade Epicuréia”, destinada a repetir a existência boêmia do poeta inglês Byron. Acometido de tuberculose, falece em abril de 1852, aos 21 anos de idade, sem concluir o curso e inédito em livro.

Poeta adolescente e contraditório foi aluno brilhante e leitor precoce. Ligou-se aos grupos boêmios e políticos da Faculdade, interagindo a sociedade “Epicuréia” e “A Bucha”. Nele se misturam ternura e perversidade, desejo de afirmação e submissão, rebeldia dos sentidos, que o leva, por um lado, à extrema idealização, e, por outro lado, à lubricidade. Sofre o fascínio do conhecimento e a obsessão de algo maior, a própria existência que se traduz num cansaço precoce de viver, num desejo anormal em busca do fim (mal do século), como apresenta em seu famoso poema”Lembrança de Morrer”. Lança-se à nostalgia, ao vício, revolta que aparece em “Spleen e Charutos”. Influenciado por Byron e Musset. Incursiona também no campo da ficção e, com tom sarcástico e cômico-satânico, escreve Noite na Taverna e Macário. A noite ocupa um lugar principal, tanto na ficção como na poesia. É freqüente associar noite com vento, lua, mar, donzelas adormecidas em praias tenebrosas, sendo que o sentimento noturno coincide com uma visão lutuosa. Sua poesia, não raro, apresenta um tom sarcástico e irônico. É afeito à galhofa e a brincadeira, traços mais originais em sua obra. Também introduz elementos do cotidiano, como cama, quarto, charutos, “cognac”, etc.

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